sábado, 24 de novembro de 2012

História da Capoeira

Origens da Capoeira

A capoeira, na sua mais completa definição e formação, nasceu no Brasil. Com início da colonização, os portugueses viram no trabalho escravo um instrumento para o desenvolvimento desejado. Tentaram, no começo, escravizar e explorar o trabalho dos indígenas que aqui já viviam, mas as características físicas e culturais, somadas à resistência ao trabalho cativo por parte dos índios, os levam à morte rápida no cativeiro. A saída encontrada pelos colonizadores foi a escravidão negra, o tráfico de homens negros, trazidos do continente africano para o início de grande saga que marcou a sociedade brasileira: o período das torturas, da lei da chibata e da morte como reguladora das relações de trabalho. Um povo passou a viver na escravidão.

Assim, já no início do século XVI, milhares de africanos foram desembarcados em terras brasileiras. Com eles, a história do país ganhou alterações. Inicialmente foram mão-de-obra nos canaviais e depois na mineração e em outras atividades produtivas. Foram trazidos contra sua vontade mas, naturalmente, trouxeram sua cultura, sua vivência e, com ela, a semente da liberdade que nunca morreu, mesmo na terra marcada pelos horrores da escravidão.

É claro que essa cultura não estava nas escolas, nos livros nem nos museus. Mas era guardada no corpo, na mente, na vivência histórica do povo e transmitida há séculos através das gerações. Manifestava-se por intermédio da música, da dança, da comida, da filosofia e da religião. Basta recorrer à história do Brasil e encontraremos, a partir do século XVI, a cultura negra presente com o seu vasto conjunto de expressões.

A origem do termo, que a maioria dos etnólogos acredita que seja originário do tupiguarani, “caa” significa mato e “puera” que foi mato. Diziam que quando o negro fugia ele ia para o mato, para a “capoeira”. Estima-se que a capoeira surgiu por volta de 1600, mas não se sabe ao certo se foi nas senzalas ou nos quilombos.
Nas senzalas, era praticada nos momentos de folga e para os senhores não desconfiarem de que aquilo era um combate, aliaram aos golpes, a ginga e a música.
Nas fugas para o quilombo, a capoeira foi muito útil para os escravos nas lutas contra os capitães-do-mato e capatazes. Os negros ficavam escondidos na mata, e quando os capitães chegavam, esperavam a hora certa para atacá-los. Nas batalhas para a destruição dos quilombos a capoeira também foi de grande valia para os negros.

A Resistência
 Nenhum povo vive eternamente sob o jogo da escravidão sem se revoltar. Com o negro no Brasil não foi diferente. Suas primeiras reações contra o cativeiro foram as fugas e as revoltas individuais e desorganizadas. Com o tempo, sentiu a necessidade de organizar sua resistência contra o opressor e passou a planejar as fugas e a pensar as formas de luta que travaria para se libertar. Também entendeu que precisava de refugios seguros, longe ds fazendas, da polícia e capangas do branco escravocrata.
O Corpo Como Arma

Para realizar as fugas, o negro entendeu que prescisava lutar. Não tinha acesso a armas nem a qualquer outro recurso de guerra. Tinha apenas seu corpo e a vontade férrea de se ver em liberdade. Havia trazido da África lembrança de jogos e "dança das zebras", disputa festiva pelo amor de uma mulher. O próprio trabalho pesado dotava-lhe de força os músculos. Era preciso juntar e canalizar essa agilidade e força para a luta. A observação do comportamento de alguns animais brasileiros, particularmente o lagarto, a cobra e a onça, que atacam e defendem-se com destreza, ajudou na formação de um conjunto de movimentos que reuniu, então, a agilidade, a técnica e a força.

Começaram a ser ensaiadas, inicialmente, as rasteiras, os pulos, as cabeçadas que iriam se desenvolver muito mais posteriormente.

O Nome
Tornou-se necessário praticar, treinar e organizar os movimentos conhecidos em forma de luta. Para isso era necessário afastar-se das vistas dos feitores e guardas das fazendas, engenhos e minas. Mais uma vez o negro encontrou na natureza esse apoio. Entrava nos matos próximos às senzalas para se esconder e se preparar para a luta. Escolhia o mato com poucas árvores e de ramagem baixa. Essa vegetação leva o nome indígina de "capoeira". Esse termo passou a designar também a forma de lutar e de adestrar o corpo utilizada pelo negro para enfrentar seus opressores: a Capoeira.

Arte - Dança - Música - Instrumento ...Louvo aqui meu berimbau mestre eterno de todo capoeira na senzala
ele avisava da chegada do feitor Berimbau avisou ê ô a chegada do feitor...

Mas, nem sempre era possível afastar-se para o mato para o ensaio da luta. Como o negro nunca deixou de praticar sua cultura, era comum, durante o período da escravidão, que se juntassem grupos de homens e mulheres para a cantoria, para a dança e mesmo para o culto aos orixás que também são saudados com ritmos e cantos. Como a Capoeira nasceu conjugado movimentos de danças, os encontros festivos ou místicos passaram também a ser mais uma oportunidade para a sua prática, já que esses encontros, principalmente os festivos, não eram reprimidos pelos donos de escravos. Assim a Capoeira ganhou o acompanhamento de cantos e ritmos que acabaram incorporados eram os disponíveis e já conhecidos pelo negro com destaque para o berimbau, o atabaque e o agogô. Mas foi o berimbau que ficou como uma espécie de símbolo da Capoeira já que o atabaque e o agogô integram a mitologia africana chegando mesmo, no caso do atabaque, a ser reverenciado como uma divindade. Desta forma, o berimbau, considerado o mestre dos mestres na Capoeira, ganhou importância nas lutas pelas suas possibilidades rítmicas e sonoras. Ganhou a função de comandar o jogo da capoeira com seus diferentes toques. Então, ao som dos instrumentos, palmas e cantorias, o negro recriava o seu universo cultural, cultivava o seu misticismo, alegrava-se ou lamentava-se e ainda se preparava para a luta.

Os feitores e capatazes passavam ao lado da festança e acreditam ser apenas um encontro para a "dança de Angola", que recebia esse nome em função da nação africana que mais cedeu negros para o tráfico de escravos. Afastando-se os feitores, intensificava-se o treinamento e o negro aparelhava-se cada vez mais para lutar. Mesmo que um feitor parasse e ficasse admirando a dança, dificilmente compreenderia que aqueles movimentos, executados com leveza dos felinos e com a plástica de um bailarino, pudesse trazer, no seu conjunto, poderosos golpes desequilibrantes, traumatizantes e rápidos como o bote da temível cascavel.

As Fugas e os Quilombos Mas a escrevidão continuava, o sangue do negro molhava as terras do Brasil ao mesmo tempo que sua força-de-trabalho movia a economia da então colônia portuguesa. Mas o negro não aceitava a condição de escravo nem os métodos desumanos da escravidão. Lutava, fugia, procurava ganhar forças junto a outros setores da comunidade, sensibilizava os chamados abolicionistas.

Em suas fugas utilizava-se da Capoeira para o enfrentamento com os seus opositores. Embrenhava-se no mato, procurava um lugar onde a água fosse boa e a terra generosa e que fosse de difícil acesso aos chamados "capitães-do-mato", homens encarregados de recapturar os negros fugitivos. Essas localidades, que agregavam geralmente um significativo número de homens e mulheres negros, ficaram conhecidos como "quilombos" e seus moradores como "quilombolas".

O mais famoso e importante quilombo da história brasileira foi o quilombo de Palmares, que surgiu no início do século XVII onde hoje se situa o atual Estado de Alagoas.

Esse quilombo ganhou importância pela sua organização interna, sua capacidade de resistência na guerra contra os escravocratas e pela eficiência de seus integrantes na produção de alimentos, roupas e posteriormente armas. Palmares resistiu a quase um século as agressões dos brancos.

Todo quilombo possuía um líder, o Ganga Zumba que, por sua vez obedecia a um líder maior, com influencias em vários outros quilombos, chamado Zumbi, um misto de homem-guerreiro e de deus da guerra. O mais famoso foi justamente o lendário Zumbi dos Palmares, hoje símbolo da toda luta e resistência contra todas as formas de injustiça e de opressão. Zumbi dos Palmares comandou os guerreiros de Palmares nos últimos anos de existência daquele quilombo.

Estrategista habilidoso, guerreiro imbatível, instituiu a Capoeira no adestramento de seus homens. Palmares foi destruído em 1694 pelo bandeirante paulista Domingos Jorge Velho. Zumbi conseguiu escapar vivo, mas tempos depois foi traído. Preso, foi decapitado e sua cabeça viajou quilômetros para assustar, intimidar os negros. Não adiantou. Os negros julgavam Zumbi imortal e a luta continuou...
A Abolição e as Dificuldades

Em 1888 ocorreu "Abolição da Escravatura". O mínino que se pode dizer é que a capoeira desempenhou importante papel para apressar o fim da escravidão instituída. Foi luta, foi resistência, foi instrumento que apavora os opressores. Reunidos em grupos, os negros formavam as famosas "maltas", conjunto de capoeiristas temíveis que investiam contra fazendas e engenhos para libertar outros negros. A capoeira convenceu, pelo medo, aqueles que insistiam em ver na escravidão vantagens econômicas, que o melhor seria a abolição.

Mas os problemas dos negros não terminam com a assinatura da Lei Áurea. A falta de trabalho, o difícil acesso à educação e mesmo a exploração dos que conseguiam alguma forma de emprego continuam existindo e marcam nossa história até os dias de hoje.

Os capoeiristas, após a abolição, encontraram mais uma vez na capoeira meio de sustento e instrumento de educação de seus filhos e apadrinhados. Faziam exibições públicas, participavam de apostas e desafios nos quais sempre se podia ganhar algum dinheiro. Continuou também como uma arma de defesa de uma camada social explorada e discriminada.

Por outro lado, foi impossível barrar o surgimento de grupos que colocavam a capoeira a serviço de grã-finos e de políticos inescrupulosos que sabiam muito bem usar o povo contra o próprio povo. As Maltas menos esclarecidas eram utilizadas para desmanchar comícios, perseguir adversários políticos e desmanchar reuniões públicas. Consta até mesmo que, aproveitando-se da ilusão de que a princesa Isabel era protetora dos negros, os monarquistas criaram grupos de capoeiristas que atacavam os republicanos.

A Proibição
Perseguida a ferro e fogo durante a escravidão, a capoeira continuou sendo alvo dos poderosos mesmo após a abolição. Agora era com leis que tentavam dar-lhe um fim. O código penal de 1890, criado e imposto durante o governo de Deodoro da Fonseca, proibiu a prática da capoeira em todo o território nacional. O código foi reforçado com decretos que especificavam penas pesadas contra capoeiristas. A perseguição oficial somava-se o ódio de alguns chefes, chefetes e vassalos da polícia que tentaram, então, exterminar por completo a capoeira. O motivo só pode ser aquilo que ela traz na sua essência: A Liberdade.

E foi em nome da liberdade, agora não somente para o negro mas para a capoeira como um todo, que a luta continuou. E mesmo sob o ferro da repressão, grandes nomes de capoeiristas célebres passaram para a história como Nascimento Grande, Manduca da Praia, Natividade, Pedro Cobra e Besouro Magangá, entre outros. Mas é o nome desse último, Besouro nasceu na Bahia e ganhou esse nome devido à lenda que o cerca, atribuindo-lhe a capacidade de se transformar em inseto e fugir voando quando cercado por muitos homens armados. Sem usar armas, o famoso capoeira, bateu-se a vida toda contra a injustiça. Defendeu trabalhadores contra patrões desonestos, investiu inúmeras vezes contra a polícia para defender inocentes. Perseguido, nunca deixou-se prender. Nem as balas conseguiram acabar com ele. Foi vítima de uma arma mais poderosa: A Traição. Seu nome é glória na capoeira e símbolo de todo aquele que combate a injustiça e a desigualdade.

Mesmo com toda perseguição, a Capoeira não foi extinta. Nos terreiros, nos quintais, no mato, ela continuou sendo transmitida de pai para filho, de amigo para amigo, de camarada a camarada. Continuou inclusive seu aperfeiçoamento, sua capacidade de dotar o corpo de condições perfeitas para todo o tipo de enfrentamentos. Sobreviveu aos diversos períodos ditatoriais pelos quais passou a República no Brasil.

Em 1932, no Governode Getúlio Vargas, o país enfrenta mais uma de suas inúmeras crises. Getúlio Vargas, político esperto, trata de agradar o povo com medo de sua possível revolta organizada. Sabia que a Capoeira estava latente no seio do povo e mandou que a liberassem. Impôs, porém, a condição de que ela fosse praticada apenas como folquedo, como "folclore", e que perdesse, assim, sua condição de cultura popular, de elemento utilizado pelo povo.

Da Angola Surge a Regional

Foi após a liberação que a história de Capoeira sofre uma profunda divisão. Continuou sendo praticada nas suas oringens, ainda com o nome de Capoeira de Angola mas perdia terrenos para outras formas e costumes que visavam atender a interesses econômicos, como o turismo, e interresses políticos para agradar autoridade plantão. Um nome que lutou a vida toda para preservação da Capoeira, como cultura popular, como herança histórica foi Mestre Pastinha - Vicente Ferreira Pastinha, chamado Mestre dos Mestres na Capoeira. Para Pastinha, a Capoeira era muito mais que luta, que esporte, era filosifia de vida.



Mestre Pastinha

A grande marca da Capoeira de Angola é o seu apego à intuição, à capacidade do corpo de responder as necessidades, cultiva mais que a força, o reflexo e a malícia. Caracteriza-se muito mais pela defesa do que pelo ataque e perspicácia em perceber o melhor momento para os golpes fatais. Essas características dotam-lhe de grande beleza plástica e nas rodas, os movimentos parecem ocorrer em câmera lenta. Isso deu ao Mestre Pastinha a condição de ser chamado de "O Poeta da Capoeira".

Outro nome a respeito e importância dentro da Capoeira foi o Mestre Bimba - Manoel dos Reis Machado, baiano, criador da Capoeira Regional. Bimba aprendeu capoeira com um negro africano. Seu primeiro contato foi com a Capoeira de Angola. Tendo sido um excelente aluno, tornou-se rapidamente um exímio capoeirista. Preocupou-se com o aperfeiçoamento técnico da capoeira e foi o primeiro a tentar sistematizar uma linha para o aprendizado da luta. Passou a estudar os movimentos do corpo na capoeira, seu equilíbrio e a velocidade que precisavam atingir. Tomou contato com outras lutas, observou novamente as danças brasileiras. Juntou tudo isso e formou um mátodo de ensino no qual, antes de conhecer a capoeira propriamente, o aluno passa por uma série de exercícios físicos que lhe darão condições de jogo, e luta. Bimba foi absorvido, em grande parte, pelas idéias de transformar a capoeira em puro Esporte Nacional, sem associá-la a sua Essência História mas, nem por isso, deixou de prestar um grande serviço à Capoeira. Sua preocupação maior foi a de permitir que qualquer um, branco, negro, forte ou fraco, tivesse acesso ao aprendizado da Capoeira.



Mestre Bimba

Pensando assim, em 1937 Bimba fundou sua famosa academia agora com todo um método de ensino. Não havia mais o improviso, nem o peso da intuição e da malícia. Com Bimba a Capoeira precisava ser treinada exaustivamente e o condicionamento físico passou a ser mais importante que a malícia e o reflexo. Com a incorporação de elementos de outras lutas, os golpes de ataque passaram a ter mais presença e importância do que os de defesa, a força ganhou mais destaque que a manha e a astúcia. Muitos dizem que a Capoeira Regional empobreceu a Capoeira, mas talvez esta não tivesse sobrevivido às perseguições se não fossem as inovações concluídas por Mestre Bimba. E nunca poderá ser negado que a Regional é uma evolução da Capoeira de Angola. E a Capoeira está viva.


REFERENCIAS:
www.aguadebeber-pt.com

terça-feira, 20 de novembro de 2012

HISTÓRICO DO KARATE

Uma arte marcial antes praticada secretamente na Ilha de Okinawa (sul do Japão) por pessoas comuns que estavam proibidas de portar armas, e por isso se defendiam de mãos vazias, fazendo uso destas, dos cotovelos, joelhos e pés. 
O Karatê tem uma forte ligação com o Bodhai-Dharma, (criador da doutrina Zen na Índia). Segundo os historiadores, artes marciais semelhantes tiveram início por volta do ano 520 aC., tendo como ponto de fixação o mosteiro de Honan. Todavia, a base do Karatê que conhecemos hoje, tem suas raízes mais fortes na pequena ilha de Okinawa, situada a sudoeste do Japão.
Segundo se tem notícias, o Karatê teria surgido decorrente das ocupações militares por volta de 1400, quando a ilha fora dividida em três partes : Hokuzan, Hashion e Nansan .Com isso, Sho Hashion, um poderoso senhor de terras local, fortaleceu-se ainda mais e passou a dominar as três partes da ilha. Com o intuito de perpetuar seus domínios, lançou mão de uma promulgação que tratava da proibição total do uso de armas em qualquer parte da ilha. Assim sendo os habitantes de Okinawa, vendo-se privados do uso de armas, aperfeiçoaram-se no "combate das mãos vazias", sendo conhecido o estilo inicialmente como mão de Okinawa e posteriormente Karatê . A própria palavra Karatê explica essa questão : KARA - (Vazio) , TE - (Mão) . 

DIFERENTES ESTILOS

Na Okinawa do século XVIII, desenvolveram-se três centros importantes de estudos do Karate. Um deles ficava situado na antiga capital de Shuri, onde viviam os nobres e a família real. Outro foi formado em Naha, o principal porto da ilha. O terceiro em Tomari. Cada uma destas cidades desenvolveu eventualmente seu próprio estilo. As diferenças entre os estilos são baseados nos locais de origem. Ainda existem diversos estilos de karate como o shorin-ryu, possivelmente o estilo mais antigo de todos que deu origem aos estilos shotokan, shito-ryu e wado-ryu. Outro estilo conhecido é o Kyokushinkai, desenvolvido pelo coreano
Oyama. Também existem estilos genuinamente brasileiros, como o Kata shubu do ryu, desenvolvido pelo brasileiro Sérgio Francisco de Sena (AKSD, 2011). Cada estilo é uma forma particular de se praticar uma determinada arte marcial. Nesse sentido, membros de estilos diferentes terão nomes diferentes para golpes semelhantes, formas (kata) e fundamentos (kihons) próprios, diferentes progressões de faixa e até mesmo metodologias de ensino variadas. O que une os diferentes estilos é a consciência de que tem princípios artísticos e marciais.







KARATE ESPORTIVO

Além das diferenças entre os estilos, atualmente existem diversas entidades organizando o esporte, cada uma com regras específicas (Martins e Kanashiro, 2010) e ramificações em diferentes países e continentes (Oliveira et al, 2006). Em consulta ao Ministério do Esporte do Brasil em 2011, verificamos que existem 11 entidades (quadro 3) representativas do karate nacional. Observa-se que, dentre os esportes de combate, o karate é a modalidade com maior número de Entidades Associativas. A título de curiosidade, considerando as modalidades esportivas de combate presentes nos Jogos Olímpicos, o boxe e o taekwondo têm duas; esgrima, judô e luta olímpica apenas uma cada. O elevado número de entidades nacionais que regem o karate pode ser fruto de diferentes configurações de estilos de karate, bem como diferentes ideologias e conotações políticas. A multiplicidade de entidades dirigentes é um fenômeno internacional que se repete no Brasil, onde a convivência interinstitucional depende de entendimentos e ações do exterior (Oliveira et al., 1996).
Discussões sobre o processo de “esportivização” das artes marciais são observadas na literatura (Rios, 2005). Uma arte com terminação “Do”, caso do karate-do, conceitualmente ao ser transformada em esporte, poderia sofrer modificações oriundas da necessidade esportiva (Franchini e DelVecchio, 2007), acarretando em perdas relevantes de alguns conceitos
simbólicos da “arte”.



ELEMENTOS TÉCNICOS


Em termos pedagógicos os elementos técnicos no karate foram divididos neste capítulo da seguinte forma: Saudação, Fundamentos (kihon), Forma (kata), Luta (Kumite)
1. Saudação
A saudação pode ser considerada uma demonstração de cortesia. É
realizada no início e no final da aula de frente para o Shomen (forma de agradecimento
àqueles que desenvolveram a arte). A saudação pode ser realizada
de duas formas:
RITSU REI – cumprimento em pé;
ZAREI – cumprimento sentado (SEIZA).
 No karate, a saudação em pé (ritsu rei) ocorre em algumas situações:
– Quando entramos ou saímos do dojo;
– Ao entrar ou sair do dojo;
– No início e final de um combate;
– No início e final da aula;
– No início e final de um kata;
– No início e final de um exercício com um companheiro.
Além de demonstração de respeito, a saudação é um importante instrumento para garantir a segurança dos procedimentos, por demarcar o início e término das atividades.

2. Fundamentos (kihon)
A prática do Kihon constitui o treinamento dos fundamentos, de acordo com as técnicas
básicas fundamentais de cada estilo (Santos, 2008). Para melhor compreensão, os fundamentos (kihon) foram divididos em três grandes grupos: técnicas de ataque (tori waza), técnicas de defesa (uke waza) e técnicas de base (dachi waza) e listados conforme classificação de Kanazawa(2010). Apesar de existirem variadas técnicas de kihon, serão apresentados aqui as técnicas mais freqüentes e populares utilizadas em competição.

3. As formas (kata)
Kata pode ser definido como uma série de técnicas ofensivas e defensivas,realizada individualmente contra vários adversários imaginários (Kanazawa, 2010), simulando movimentos formais e estilizados, executados numa sequência pré-determinada de ataques e defesas (Nakayama, 2003). As técnicas que compõe o Kata foram passadas de geração em geração,de professor para aluno, sendo considerada a principal forma de manutenção
das tradições do Karate. Para uma boa execução de um Kata é necessário o uso correto das técnicas, a aplicação ideal da força, controle da respiração e de várias habilidades coordenativas (Torres e Bueno, n.d.). Os katas auxiliam o iniciante a assimilar o estilo e aprender as técnicas básicas de movimentação, defesa e ataque. Para o aluno avançado, os kata são um confronto com as ideias dos antigos mestres, por meio do qual os atuais praticantes entendem os segredos da arte que só são aprendidos mediante prática exaustiva e não oralmente. Os katas são definidos conforme os estilos de karate (Torres e Bueno, n.d.):
– Estilo Shotokan: O conjunto de katas no estilo shotokan conta ao
todo com 26.
– Estilo Goju ryu: são 23 katas
– Wado-ryu: são 15 katas no total
– Shitoryu: é o estilo que apresenta o maior número de katas. Eles podem
ser divididos conforme a sua região de origem e mestre. No total são 57 katas.

4. A Luta (kumite)
O kumite pode ser definido como a luta propriamente dita. Pode ser considerado um método de treinamento em que se aplicam técnicas de ataque e defesa aprendidas anteriormente no kata (forma) e kihon (fundamentos) (Nakayama, 2003). Para a classificação, Nakayama (2003) sugere que seriam três formas de kumite: básico, jiyu ippon kumite e jiyu kumite.
O kumite básico é caracterizado pelo fato de ser combinado. O atacante avisa a altura ou o tipo de golpe que será realizado, pode ser dividido em: luta de cinco passos (gohon kumite), luta de três passos (sambon kumite) e luta com um golpe (ippon kumite) (Nakayama, 2003).

– Ippon kumite: um movimento, tendo por objetivo criar no praticante a ideia de vencer com um golpe único. Para isso é necessário o desenvolvimento de habilidades acessórias, como observação, para análise das situações. A noção de espaço e tempo (maai em japonês) se torna fator preponderante, bem como o conhecimento real do próprio corpo e de seus limites físicos e mentais. 

– Sanbon kumite: três movimentos, tendo por objetivo aumentar a agilidade de quem ataca e de quem defende. Deve ser executado com a máximaintensidade e velocidade de movimentos, pois só assim o controle necessário ao domínio das técnicas utilizadas poderá ser alcançado. O corpo deverá trabalhar como uma unidade que se desloca pela área de combate.

– Gohon kumite: cinco movimentos, cujo escopo é fortalecer o vigor dos praticantes através de sequências de ataca e defesa. O gohon kumite deve ser praticado até a exaustão, procurando realizar cada movimento com a maior precisão e fidelidade possível.

O jyu ippon kumite é uma luta semi livre com um único golpe, tendo por objetivo favorecer o desenvolvimento de vivências corporais nas situações de luta real e assim preparar o corpo e a mente para as mesmas (Kanazawa, 2010). 
O jiyu kumite é o combate livre, sem regras, com o uso livre de todo o
tipo de técnica, tanto de braços como de pernas, luxações, projeções, estrangulamentos,
etc. Todavia, os praticantes devem ter em mente o respeito para com o colega e não procurar um golpe realmente traumatizante, pois a finalidade é desenvolver a arte marcial e não vencer o outro (Kanazawa, 2010).
Além da classificação sugerida por Nakayama (2003) ainda existe o shiai kumite (luta de competição). As regras dependem da Entidade Esportiva que rege o evento. Apesar de existirem diversas Entidades Esportivas com regras diferentes, neste trabalho serão  abordadas as regras dos sistemas World Karate of Federation (WKF), World Union of Karate-do Federations (WUKF) e International Traditional Karate Federation (ITKF). Regras de outras Entidades Esportivas podem ser visualidas em seus respectivos sites. Apesar do tempo de luta ser similar entre federações, verifica-se que devido às diferentes pontuações, possivelmente ocorram diferenças na caracterização de quantidade e qualidade de golpes (Urbinati et al., 2011).
O kumite pode ser caracterizado por movimentos acíclicos, com a combinação de seqüências curtas de ataque e defesa, interrompidos por período de recuperação (Ravier et al., 2009; Iide et al., 2008; Invernizzi et al., 2008). A modelação do kumitê consiste em deslocamentos, rotações, saltos, e ações técnico-taticas preparatórias de outras ações, como: ações ofensivas de membros superiores e inferiores, com golpes diretos, cruzados ou circulares, bem como bloqueios e esquivas (Santos, 2008).
Além das ações técnico-táticas o kumitê é constituído por domínio das capacidades físicas como aeróbia e anaeróbia, força, potência, velocidade de reação e tomada de decisão (Santos, 2008; Doria et al., 2009).

INICIAÇÃO DESPORTIVA

Estágio 1: Karate inicial
Hajime (Começar)
Meninos e meninas abaixo de seis anos de idade.


Neste estágio o principal objetivo é proporcionar contato inicial das crianças com o karate, principalmente por meio de jogos e brincadeiras. Brincar é o meio prioritário pelo qual as crianças aprendem sobre seus corpos e habilidades motoras. Brincar também facilita o crescimento afetivo e cognitivo em crianças pequenas e fornece importante meio de desenvolver as habilidades motoras grossas e finas (Catenassi et al., 2007).

Estágio 2: Karate Fundamental
Suzukite (continuar)
Meninos 6-9 anos de idade
Meninas 6-8 anos de idade

O objetivo da etapa fundamental é o desenvolvimento geral de habilidades motoras, usando uma abordagem estruturada, mas que ainda apresente caráter lúdico (Bisson et al., 2009). Habilidades físicas devem ser introduzidas por meio de várias ações motoras, sempre focalizando o interesse da criança (Gallahue e Donnally, 2008).


Estagio 3: Aprender para treinar
Alfabetização de karate
Meninos 9-12 anos de idade
Meninas 8-11 anos de idade


Neste estágio, o principal foco deve ser o desenvolvimento de movimentos fundamentais e habilidades básicas do karate. Durante esta fase as crianças devem estar envolvidas em um ou dois outros esportes além de Karate, de modo que o movimento geral de competências adquiridas na etapa fundamental seja reforçado.


Estágio 4: Treinar para treinar
Desenvolvendo habilidades e aptidão física
Meninos 12-16 anos de idade
Meninas 11-15 anos de idade


A partir desta fase, aqueles que quiserem ser atleta devem ser estimulados a selecionar um tipo de esporte. Além disso, devem ser incrementadas instruções adicionais às instruções básicas aprendidas anteriormente. Quanto às habilidades técnicas do karate, deve ocorrer a lapidação técnica, com ênfase em movimentos de ataque. A preparação tática deve ser iniciada de forma mais complexa, com a observação de pontos forte e fracos de cada
atleta e estudo do adversário.


Estágio 5: Treinar para competir
Shobu Hajime
Meninos 16-18 anos de idade
Meninas 15-17 anos de idade


Esta é a etapa mais dinâmica do processo de treinamento em longo prazo. Nesta etapa são definidas não somente as aptidões para um bom desempenho, mas objetiva-se o desenvolvimento esportivo adicional (Weineck, 1999).
Neste estágio, o objetivo é desenvolver as habilidades do karate e aprender a competir em uma grande variedade de circunstâncias. Quanto maior a variabilidade de situações que envolvam uma ação motora, melhor será a resposta do atleta ao estímulo e, consequentemente, melhor será seu desempenho esportivo (Davids et al., 2003). Por exemplo, um atleta pode ser treinado com eficiência para fazer o deai (antecipação de golpe) de gyako zuki, quanto mais estímulos em treinamento este atleta receber melhor será sua resposta em situação de competição. Logo, seus oponentes em treinamento podem e devem
estimular quem está no deai com diferentes tipos e combinações de ataque.


Estágio 6: Treinar para a performance
Otimizando a performance
Masculino: 18-24 anos de idade
Feminino: 17-22 anos de idade


Nesta fase de treinamento, o objetivo é otimizar as características individuais
e permitir a especialização de cada atleta e prepará-los para a transição
da categoria Júnior para a categoria adulto. Devem ser enfatizados e dominados
todos os componentes de preparação como: capacidades físicas, técnicas, táticas e psicológicas, bem como estabilizar o atleta no contexto
sócio-cultural e educacional.
Para as habilidades motoras que já tenham sido dominadas sugere-se o
aumento da velocidade de execução. Para as demais habilidades, sugere-se o
desenvolvimento e aperfeiçoamento. Neste momento devem ser realizadas
avaliações físicas, técnicas e táticas para a definição dos volumes e intensidades
de treinamento.


Estágio 7: Treinar para vencer
Máxima performance
Kumite ± 24 anos de idade
Kata ± 27 anos de idade


O objetivo nesta fase é maximizar o desempenho do atleta com refinamento das variáveis de aptidão física, técnica, tática, tomada de decisão e capacidades psicológicas. Isso ajudará a garantir maiores níveis de proficiência competitiva. As habilidades de antecipação deverão ser refinadas. A qualidade de vida do atleta deve estar relacionada ao seu desempenho.
Atletas de elite devem treinar de 19 a 23 horas por semana. Com treinos de 14 a 16 horas semanais objetivando situações e componentes específicos de competição e de cinco a sete horas semanais para a preparação física do atleta.


Estágio 8: Karate para a vida
Estilo de vida, aposentadoria, manutenção
Qualquer idade

Este estágio pode ser desenvolvido por qualquer praticante. Sugere-se apenas que crianças com idade cronológica inferior aos 12 anos de idade realizem os três primeiros estágios de formação. Após este período, indivíduos que não tenham interesse em se tornar atletas podem usufruir dos benefícios do karate e incorporação de um estilo de vida ativo. Assim, o principal objetivo da sistematização do processo de treinamento do karate ao longo da vida deve respeitar as diferentes fases cronológicas e de aprendizado (graduação) do indivíduo.











Referências:
  • AKSD. Associação de Artes marciais karate shubu do. A origem do karate shubudo, 2011. Disponível em: http://www.shubudo.com.br.
  • FRANCHINI, E.; TEIXEIRA, S.; VECCHIO, F. B.; ROMANO, R.;SILVA, W. E. L.; LEMOS, C. Potência aeróbia e anaeróbia para membros superiores e inferiores em judocas. In: III Congreso de la Asociación Española de Ciencias del Deporte, 2004, Valencia. III Congreso de la Asociación Española de Ciencias del Deporte. Valencia : Gráficas Mari Montañana, S.L., v. 1, 2004.
  • GALLAHUE, D. L. & DONNELLY, F. C. Educação física desenvolvimentista para todas as crianças. São Paulo: Phorte editora, 2008.
  • INVERNIZZI, P.L.; LONGO, S.; SCURATI,R. Analysis of heart rate and lactate concentrations during coordinative tasks: pilot study in karate kata world champions. Sport Science and Health, v.3, p.41–46, 2008.

sábado, 17 de novembro de 2012

CAPOEIRA - PARTE III

CAPOEIRA - PARTE III

ALONGAMENTO

A aula é iniciada com exercícios de alongamento, tendo mais enfâse nos membros inferiores.



ATIVIDADE 1

FAÇA O QUE EU FAÇO

Espalhado em sala os alunos irão realizar a ginga da capoeira e ao comando do professor(a)  executarão os comandos mencionados por ele, que serão fundamentos de ataque e defesa.


ATIVIDADE 2 

Em duplas os alunos irão simular a posição para a entrada na roda de capoeira, iniciando com o movimento do AU, logo em seguida, enquanto um faz a cocorinha o outro faz a meia lua de frente (compasso).



ATIVIDADE 3

Ainda em duplas, um aluno irá fazer  a cocorinha e o outro fará a meia lua de compasso, na seguinte progressão: lado, braço, perna.



ATIVIDADE 4

Ainda em duplas, um dos alunos irá executar a cocorinha, este irá mencionar ao seu companheiro qual movimento quer que ele execute, podendo ser os seguintes golpes: meia lua de compasso, armada, queixada e meia lua com giro, podendo ser executado para ambos os lados.






ATIVIDADE 5 

Os alunos continuarão em duplas, nesta atividade um dos alunos irá realizar o golpe Telefone (tapão), primeiramente para-se na paralela, avança uma perna e com um movimento rápido  executa o golpe. 


                                          

Dando continuidade ao exercício anterior, o aluno que receberá o golpe, irá se defender dando o contra-golpe a Cabeçada.
                   
                                          


ATIVIDADE 6 

TESOURADA

Em dupla, um aluno se coloca de pé parado na base, e o outro deita de lado atrás deste aluno, colocando uma perna atrás das pernas e outra a frente perto da região abdominal, puxando e derrubando. Após a queda o atacante faz um rolê sobre o aluno que sofreu a queda dando uma joelhada.





 

ATIVIDADE 7

DEFESA - CARANGUEJO

Esta brincadeira tem como objetivo auxiliar o movimento de defesa, após aprender o movimento,  agrega-se ele aos demais movimentos já aprendidos anteriormente.
É uma simples brincadeira lúdica onde os alunos terão que fazer os colegas encostar seu corpo no chão, puxando somente os braços.






ATIVIDADE 8

MACAQUINHO
 
Com o auxilio de mais dois colegas, no qual um deles irá ficar agachado e o outro dando proteção na lateral e auxilio para realizar o movimento, o aluno que irá executar o movimento deve sentar nas costas do colega que está agachado e colocar as mão para atrás no chão, fazendo uma ponte.
 

O proxímo passo é sem o auxilio do colega para empurrar nas laterais. Um aluno fica agachado e o outro deita com as costas nas costas do colega agachado, dá tchau com as duas mãos, deita a té encostar as mãos no chão para dai realizar a cambalhota. 
Obs: O aluno que executou a cambalhota deve apoiar bem a cabeça no chão para evitar possíveis lesões decorrentes de uma má execução do movimento.

 
 
 
 

Depois de conseguir realizar essas progressões, se o aluno se sentir confiante poderá tentar realizar o movimento sem o auxilio do colega que estava agachado.















                                          

sábado, 10 de novembro de 2012

CAPOEIRA – PARTE II


CAPOEIRA – PARTE II
Esta aula foi iniciada com um aquecimento diferente das demais, foram realizados variantes de movimentos com uma bexiga. Tendo como principal foco, a iniciação da capoeira para crianças na qual se trabalha com estas atividades a percepção tempo espacial, corporal, coordenação, trabalho de potência muscular e força.
 ATIVIDADE 1
 INICIAÇÃO (aquecimento)
Os alunos escolhem uma bexiga e a enchem. Jogam a bexiga para cima e realizam variações de movimentos como:
- Andar com a bexiga sobre a cabeça.
- Andar com a bexiga nos ombros.
- Andar com a bexiga sobre a barriga.
- Andar com a bexiga no bumbum.
- Andar com a bexiga sobre o joelho.
­- Andar com a bexiga nos pés.
- Jogar a bexiga para cima e bater uma palma.
- Jogar a bexiga para cima e bater duas palmas.
- Jogar a bexiga para cima e bater cinco palmas.
- Jogar a bexiga para cima, girar e pega-lá.
- Jogar a bexiga para cima, sentar, levantar e pega-lá.
- Jogar a bexiga para cima, deitar com a barriga pra baixo, levantar e pega-lá.
- Jogar a bexiga para cima, realizar um flexão, levantar e pega-lá.
- Jogar a bexiga para cima e fazer duas gingas.
- Jogar a bexiga para cima e fazer três gingas.
- Jogar a bexiga para cima e fazer duas gingas mais um chute para acertar a bexiga.
- Jogar a bexiga para cima e realizar qualquer movimento de capoeira.
 ATIVIDADE 2
GINGA
Em duplas os alunos irão realizar a ginga, porém terão que passar a bexiga com uma das mãos para o companheiro que estará a sua frente, tendo que segura-lá apenas com uma das mãos, e depois variações com as duas mãos.
ATIVIDADE 3
PROGRESSÃO PEDAGÓGICA DE FLOREIOS – Floreio da Capoeira Regional (Mestre Bimba)
Para as crianças a progressão pedagógica é feita através dos quatro tempos da palavra CHO CO LA TE, na qual os alunos colocarão uma bexiga ao lado do corpo, farão a ginga parando na paralela e passarão por cima desta, executando assim o movimento completo do aú.
A evolução do movimento de acordo com a idade e treinamento possui variações, como:
- realizar o AÚ com as duas mãos, aumentando a amplitude do movimento;
- realizar o AÚ com apenas uma das mãos no solo;
- realizar o AÚ sem as mãos.


BEIJA-FLOR
A progressão pedagógica do beija-flor é feita com a ajuda de um companheiro que irá segurar a mão do colega para este realizar o movimento, que primeiramente será tirar apenas uma das pernas do chão. Já o segundo grau do movimento é realizado com a extensão de uma das pernas e a flexão da outra. No terceiro grau é necessária a retirada das duas pernas do chão com a extensão das mesmas. E no último grau o movimento se dá pela retirada das duas pernas do chão e o afastamento das mesmas no ar.





PARADA DE MÃO (elefantinho e bananeira)
Em duplas os alunos irão realizar a progressão pedagógica da parada de mão, que primeiramente se dá como ELEFANTINHO.
O movimento evolui de elefantinho para bananeira pela extensão total das pernas para cima.
OBS: todos esses movimentos terão que ser realizados com a ajuda de um companheiro para que haja segurança na execução deles.





 QUEIXADA

Na realização deste movimento deve-se fazer a ginga, e a perna que está atrás cruza por trás e a que está na frente faz o chute e para trás.

Em duplas, um aluno irá realizar a esquiva e o outro fará a queixada.







MACAQUINHO

A progressão pedagógica deste movimento é feita através de um ponto de referência no qual o aluno ficará de costas abaixado colocando uma das mãos para trás (sempre a palma da mão inteira no solo), virando a cabeça para olhar na direção desta mão e jogar os pés no mesmo sentido.
Para um nível mais avançado pode ser realizado o movimento com as duas mãos para trás e o chute dos pés com maior amplitude.










Ao final da aula foi feita uma grande roda de capoeira com o objetivo de demonstrar o aprendizado em aula.





Observação: Neste video os alunos que estão participando da roda de capoeira, são Alessandro Rui Quadro e Priscila Silva, atuais professores de capoeira.